terça-feira, setembro 29, 2009

ESPECIAL ANTÓNIO PACHECO (COM AUTÓGRAFO OBTIDO HÁ 20 ANOS)

De todos os atletas que a cidade de Portimão viu nascer, António Pacheco estará seguramente entre os que atingiram nível mais elevado. António Manuel Pacheco Domingos nasceu a 1 de Dezembro de 1966 e iniciou a sua formação no Portimonense, tendo ainda representado nas camadas jovens o Torralta, clube do concelho de Portimão que utilizava o Estádio Dois Irmãos e que até meados dos anos 80 figurou nos campeonatos nacionais (boas presenças na antiga Segunda Divisão, que dava acesso ao campeonato principal), extinguindo-se no final dessa mesma década. Pacheco representou o Torralta dos Juvenis ao 1º ano de Sénior, mudando-se depois para o Portimonense com Rui Manuel (outro atleta que deu nas vistas tendo sido contratado depois pelo F.C. Porto).

Com os Juniores do Torralta em pleno Estádio da Luz
que anos mais tarde passou a ser a sua casa.
Pacheco em baixo, à direita

Pacheco era um extremo esquerdo à antiga que fazia da sua velocidade e capacidade de drible as principais armas. Poucos laterais seriam capazes de o travar sem recurso à falta. Pacheco era o típico jogador de levar a bola à linha para assistências mortíferas aos pontas de lança.

Representou o Portimonense na temporada 1986/1987, um ano demasiado curto para que o nosso clube pudesse ter aproveitado melhor todas as suas capacidades. As boas exibições conduziram-no imediatamente para o Benfica, clube que representou 6 temporadas e onde pela primeira vez foi chamado aos trabalhos da Selecção Nacional "A" (6 internacionalizações - estreia a 15 de Fevereio de 1989 frente à Bélgica), uma distinção justa para todo o seu talento. Foi também decisivo para que o Benfica tivesse chegado por duas vezes à final da Taça dos Campeões Europeus.

Curiosa a sua relação com o antigo Treinador Ericksson que o remeteu para o banco na fase inical da temporada 90/91, provocando descontentamento no jogador. Sem Pacheco saber, foi filmado um treino. Quando confrontado com as imagens Pacheco disse "Sabia que era preguiçoso mas não pensava que fosse tanto"! Este foi o momento da reviravolta. Conseguiu uma das suas melhores épocas de sempre com 7 golos em 28 golos que culminaram na conquista do título nacional. Ao serviço do Benfica, viveu os seus melhores anos na carreira de jogador profissional.

No Verão Quente de 1993, o Sporting contratou Pacheco e Paulo Sousa numa jogada que encheu jornais durante várias semanas. O facto é que este virar de página coincidiu com o declínio do jogador que no Sporting pouco jogou em duas temporadas. Diz-se que foi Carlos Queirós quem não lhe permitiu mais...

Ainda tentou recuperar tempo perdido no Belenenses, também longe do sucesso que conheceu. Uma última oportunidade de jogar ao mais alto nível chegou da Reggiana, clube italiano que evoluía na divisão principal. Um ano depois, Pacheco regressava a Portugal para encerrar a carreira no Santa Clara e no Atlético (na altura um clube recheado de grandes jogadores em final de carreira).

Em baixo, uma das gloriosas tardes de Pacheco ao serviço do Benfica. Em 1988/1989, na recepção ao Sporting, fez a assistência para o primeiro golo de Magnusson e ainda marcou o segundo na baliza que era defendida por... Vital (que também tinha representado o Portimonense pouco antes).



Outro jogo que seleccionámos foi o Benfica 2 - Chaves 1, igualmente da temporada 1988/1989. Este por possuír outras curiosidades: o golo do Chaves apontado por Luís Saura, antigo jogador do Portimonense; a entrada de Diamantino Miranda a meio da segunda parte (passou recentemente pelo Portimonense como treinador); o penaltie polémico sofrido por Pacheco que ele próprio converte já no final do jogo, dando sequência uma exibição elogiada pelo comentador.



Foi ao serviço do Atlético que se estreou como treinador principal (2000/2001). Em 2003/2004 regressou ao Portimonense para adjuvar Dito, tendo assumido o cargo de treinador principal quando este saíu, na temporada em a despromoção do Salgueiros por questões adminitrativas salvou o Portimonense de uma descida de divisão que era certa. Foi aposta do antigo Presidente João Cintra mas perdeu o lugar após uma série de 10 jogos sem vitórias.

António Pacheco, um Portimonense que distinguiu no futebol nacional, que o Portimonense 1914 não esquece através das grandes exibições que teve oportunidade de presenciar ao serviço do nosso clube.

Termino este post mostrando-vos o autógrafo do Pacheco, obtido em circunstâncias curiosas. À revelia do Benfica era comum ver o jogador em torneios de futebol de 5 em Portimão. Foi no ringue da Quinta do Amparo que o encontrei num dos divertidos torneios de futsal que se realizavam em meados dos anos 80, capazes de juntar assistências dignas de registo. Até no futebol de salão Pacheco fazia a diferença. Este autógrafo é por isso conseguido nos melhores anos da carreira do jogador e vê hoje pela primeira vez a luz do dia, ao fim de aproximadamente 20 anos...

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